Amor e Depressão (Parte 4)

Eu e o R finalmente marcamos um encontro durante a semana. Combinamos de nos encontrar em frente ao prédio da Gazeta na Paulista durante o seu horário de almoço.

Fiquei muito ansioso, minhas mãos suavam e eu tremia, acho que os transeuntes poderiam facilmente perceber o meu nervosismo e ansiedade, eu não sabia o que falar e nem como reagir naquele nosso primeiro encontro fora da boate.

Como sempre eu cheguei bem antes da hora combinada (como sempre). Esperei por longos minutos até que ele finalmente apareceu como naqueles filmes românticos onde o protagonista vê o alvo do seu desejo caminhar lentamente em sua direção.

Nos cumprimentamos com um aperto de mão e começamos a caminhar pela Avenida mais conhecida da metrópole, os carros que trafegava insistentemente não atrapalhavam a nossa conversa animada e a cada passo nos conhecíamos  ainda mais, ele me mostrou o prédio onde trabalhava e o local onde foi atropelado, eu consegui ver no seu rosto as fracas cicatrizes do acidente não tão recente. Caminhamos e conversamos por quase uma hora até que chegou a hora de nos despedir e ele insistiu para atravessar a Paulista em uma das entradas do metro que passava por debaixo da movimentada Avenida e quando estávamos em uma curva das escadas ele me beijou com desejo, mas a apreensão de sermos pegos encerrou o momento magico. 

Atravessamos a estação e nos despedimos do outro lado da Avenida com a promessa de nos vermos novamente.