domingo, 15 de janeiro de 2017

Desabafo

Existe uma coisa que eu tentei fazer por muito tempo e que só me prejudicou foi tentar me encaixar na sociedade. Por muito tempo eu tentei ser certinho, tentei ser amigo de todos e por muito tempo eu tentei seguir um padrão.

Esse blog foi uma das maneiras que eu encontrei para externar algumas das minhas experiências que estavam fora do padrão do que é esperado pelo modelo que nós temos. E como já era de se esperar, eu tive poucos acessos, por muito tempo isso foi um fator determinante para que eu parasse de escrever aqui.

Mas agora, após todas as experiências e conhecimentos obtidos eu percebi que aqui estava a oportunidade de me expressar e de externar todas as minhas frustrações com relação ao que quer que fosse, o tempo passou e esse espaço pareceu ficar perdido no tempo, servindo apenas como um local onde eu busco memórias a muito esquecidas. A espontaneidade de simplesmente escrever o que eu estava sentindo foi perdida, eu abandonei esse blog e tentei me entregar as novas mídias, nelas eu até consegui conquistar algumas amizades, mas fiquei perdido ali, longe de toda a interação que era proporcionada por esse espaço.

Eu fiz uma postagem sobre depressão onde uma pessoa comentou que gostou dos meus textos e que esperava que aquele não fosse o fim do blog, eu demorei para ler esse comentário e sete meses já se passaram, mas eu espero sinceramente que essa pessoa ainda esteja aqui, me lendo e por favor, caso você esteja aqui comente, por que o fato de eu continuar escrevendo é por sua causa.

Eu iniciei esse blog principalmente pela necessidade de externar as coisas que eu estava sentindo e para compartilhar as minhas experiencias na esperança de que mais pessoas se identificassem com as minhas vivencias. Enfim, se você está ai, lendo esse texto, comente, nem que seja para dizer um oi. Isso para mim será o suficiente para saber que existem pessoas que estão interessadas no que eu tenho a dizer, mesmo que tenha se passado tanto tempo e com certeza vai fazer com que eu tenha motivos para voltar, mensalmente, quinzenalmente, semanalmente e quem sabe diariamente. Eu estava pensando até mesmo em divulgar aqui alguns vídeos onde compartilho alguns dos meus pensamentos.

Tudo isso vai depender do fato de saber que existe alguém no mundo que está interessado no que eu tenho a dizer. E volto a dizer, para mim esse é um espaço de desabafo onde eu posso dividir as minhas experiências com quem quer que esteja disposto a me escutar.

Vivendo o sonho

Eu moro numa cidade linda, na verdade moro numa ilha cercada por praias paradisíacas. 
Decidi morar aqui depois de dez dias “maravilhosos” com amigas e o marido, numa cidade linda, com pessoas maravilhosas e um português corretíssimo, os carros param para que você possa atravessar na faixa de pedestres, isso inclusive justifica a falta de semáforos em muitos lugares. Para quem viveu a vida toda numa grande metrópole como São Paulo essa pode ser uma oportunidade maravilhosa, a capital com um grande potencial tecnológico, que forma dezenas de pessoas e que tem muitas oportunidades pra quem atua na área.
Mas vamos começar do começo, eu passei dez dias que vão ficar marcados pelo resto da minha vida como uma das melhores viagens que eu já fiz, mesmo refletindo agora sobre algumas das crises que eu tive durante esse período.
Enfim, eu me apaixonei por esse lugar que diferia totalmente da realidade em que eu estava inserido e mais ainda, ia além das belezas que eu tinha observado nas outras praias do pais. Eu sou uma pessoa de sorte, afinal, por mais que algumas das minhas características físicas me digam que eu deva ficar relegado a apenas um local da sociedade eu tive a oportunidade de conhecer locais que muitos dos que compartilham das minhas dores não podem conhecer. Por mais que eu reflita, não consigo entender como tive algumas das oportunidades de viajar e de estar em outros lugares que normalmente eu não deveria frequentar, enfim, isso foge totalmente do tópico que eu quero abordar.
Nos mudamos, com dificuldades, porém muito felizes com o grande passo que estávamos tomando. Quatro pessoas, um “apartamento” minusculo, duas casas e um cachorro. Ainda me lembro da noite em que chegamos, erramos a rua, entramos em desespero e quando finalmente encontramos nossa nova morada o desespero tomou conta de uma das nossas companhias, colocamos o cachorro na coleira, respiramos fundo, encontramos um lugar para tomar uma cerveja e no outro dia estávamos colocando as coisas em ordem.
Depois do primeiro momento de desespero vieram os momentos de alegria, comemoração e satisfação por estarmos vivendo o nosso sonho. Aproveitamos para conhecer os diversos lugares que não tínhamos conseguido ir durante os nossos dias de folga anteriores nesse lugar, durante esse período recebemos visitas de amigos e de conhecidos, comemoramos um aniversário de pessoas que nasceram no mesmo dia e em meio a todas esses acontecimentos, provavelmente alguns conflitos que estavam além da minha visão limitada ocorriam.